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ALANA LIAL*
Li recentemente em algum lugar: uma jovem mulher falando que o feminismo era mimimi, que feministas eram mal comidas e que era coisa de hippie, afinal, segundo ela, ser hippie é não gostar de tomar banho e não se depilar. Simples, essas são as feministas. Entre outras asneiras que a moça falava, defendia com unhas e dentes que era obrigação dos homens pagar as contas e sustentar a casa. Por isso, eles até poderiam ter um bônus de colocar um par de chifres às vezes, afinal um homem nunca é monogâmico. Isso tudo que você acabou de ler seria inconcebível no mundo em que eu acredito como justo e aprazível. Mas sabemos que há um mundo de mulheres que pensam assim. E, de fato, é um mundo que não me interessa.
É claro que se pensarmos em grandes referências da História, os homens são a maioria esmagadora. Por isso vivemos em uma sociedade que privilegia homens e menospreza mulheres, uma sociedade construída a partir de necessidades deles e de contentação delas, como consequência. Somos um povo que ama construir heróis, mas que esquece as nossas heroínas. Talvez justamente por isso eu fui resgatar a história de uma delas,Eugênia Alvaro Moreira.
Muitas pessoas me perguntam por que escrever sobre uma feminista. E a resposta é sempre a mesma: porque é preciso se inspirar. É muito cult e descolado se intitular feminista, mas o que você faz no exercício disso? Coloca mesmo em prática a sororidade? Não precisa ser macro, o micro dentro disso tudo tem espaço. Discurso tem que ser ação. Entenda que as mulheres mais inspiradoras da sua vida podem estar ao seu lado. Vamos deixar de uma vez por todas de assumir esse papel ingrato e injusto que herdamos de uma sociedade patriarcal. O protagonismo agora é nosso.
Que fique claro que não tem a ver com força. Porque se tivesse já teríamos tomado o mundo a nosso favor. Tem a ver com respeito e com parceria. Tem a ver com rever seus conceitos e estar aberta para abandonar ideias e ideais ultrapassados e que já não fazem e nunca fizeram nenhum sentido. Olhe ao seu redor e veja como você é potente. Ligue no máximo. Quanto a jovem moça equivocada, deixo apenas a minha pena. Um exemplo patético de tudo que não devemos ser.
Eugênia
O que: texto e atuação de Alana Lial, direção de Juliana Betti, produção e projeções Carolina Flor Azcuaga/Casa Tamarindo
Quando: estreia dia 7 de setembro, com temporada todos os sábados de setembro às 21h.
Onde: Casa Tamarindo (Rua Maestro Cardim 1294, Paraíso)
Quanto: ingressos antecipados por R$ 20,00, e na hora R$ 30,00.
Acervo pessoal
*Alana Lial é atriz, jornalista, dramaturga e escritora. Lançou em 2019 o livro “Só não choro para não borrar meu rímel”. Atualmente no teatro da vida a Eugênia Álvaro Moreyra uma das primeiras feministas brasileiras.
Homem, idade não revelada, nascido de um homem e uma mulher altamente erotizados. hoje pensa e vive para isso, além de trocar ideias sobre o tema. ou será que ele escreve sobre outra pessoa, é tudo ficção ou só exagero? ou não? quem sabe que se cale.
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