Fernando Coello Vicente on Visualhunt / CC BY
JOÃO LUIZ VIEIRA* –
A dor
Eu, notório e entusiasmado passista de escola de samba, confesso: ainda bem que acabou o carnaval. Valeu, foi ótimo, mas chegou a hora do realismo. De acertos de contas com o que somos e queremos.
Estava esperando retorno de uns 30 profissionais parceiros. Alguns deles com purpurina sobre a pele. Outros com filhos de férias, limando parte da culpa por uma dúzia de ausências. Sem contar uma terceira leva, a de deprimidos com a situação do Brasil, que precisam de mãos alheias para se levantar.
Como adoro engatar a terceira marcha em época de crise, porque a chance é única, posso dizer que já me animei com três retornos nesse primeiro turno de 2017, que começa, parece, hoje. Costumo dizer que sempre preferi trabalhar com gente incomodada, inquieta e faminta. Mais para decatlo que para ioga, se é que me entende.
O ganho
De acordo com a mitologia, os deuses provocam crises nos mortais que eles mais admiram. E só neles. Para o panteão, seria uma oportunidade de evolução para essa gente tão preocupada com o que não existe para humanos, embora eles insistam nessas demandas: permanência, imortalidade, estabilidade. Como viver de ilusão não é para a turma de Zeus, tome crise em quem se articula assim.
Todo crescimento, porém, inclui dor. Porque nos tira do sofá, da cama, do trabalho, do grupo de amigos do núcleo duro, do casamento. É só falar com um adolescente: como dói quando os ossos começam a crescer, parece que o puxa para todos os lados. A garantia é que depois, nós, adultos, sabemos, ele estará muito melhor e, claro, maior. Eu, que vivo em crise desde que fiquei em dúvida se nasceria ou não e renasci, literalmente, a fórceps, garanto: no pain no gain ou ‘sem dor, sem ganho’. Vamos?
Foto: Bianca Vasconcellos
*João Luiz Vieira, 51, é jornalista, roteirista, letrista e educador sexual, ou sexólogo, como preferir. Ele tem dois livros lançados como coordenador de texto: ‘Sexo com Todas as Letras’ (e-galáxia, fora de catálogo) e ‘Kama Sutra Brasileiro’ (Editora Planeta, 176 páginas),e é sócio do canal de youtube Sexo Sem Medo. Interessado em palestras sobre aspectos gerais ou específicos da sexualidade, por gentileza procurar Vitor Bastos (portal http://tambor.biz/) ou Tate Costa (tate.costa@gmail.com).
Homem, idade não revelada, nascido de um homem e uma mulher altamente erotizados. hoje pensa e vive para isso, além de trocar ideias sobre o tema. ou será que ele escreve sobre outra pessoa, é tudo ficção ou só exagero? ou não? quem sabe que se cale.
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