JOÃO LUIZ VIEIRA –
Andava distraído pela internet quando me deparei com um post sensacional de Rodrigo Veronese a respeito da polêmica em torno da nudez (ou dos pelos pubianos não tosados) de sua colega de profissão, a atriz Nanda Costa, na ‘Playboy’. Gostei da contundência de sua articulação e o convidei para participar do PPQO. Depois vieram as coincidências, os amigos em comum, um passado onde relembramos uma entrevista para a ‘Marie Claire’, quando ele fazia uma novela da TV Globo. Rodrigo precisou sair do site depois de 26 brilhantes participações na coluna que leva seu nome. Difícil escolher cinco textos nesta considerável produção, mas espero que essas escolham o representem:
‘Sexy pra mim é um tornozelo à mostra, uma nuca, braços, pés, mãos simples. Geralmente se desculpam quando não estão com as mãos feitas. Prefiro assim! Gosto do sorriso, dos dentes bonitos definitivamente, e se vierem acompanhadas de inteligência acima da média (dos humanos), personalidade, carinho e leveza de espírito… ah, aí a parceria pode ser bombástica. Pode virar namoro ou até um caso. Curiosamente, mamães separadas de primeira ou segunda viagem me seduzem. Já passaram das intempéries do casamento, e da efervescência hormonal do início da maternidade, e se tornam mulheres mais vigorosas, decididas e digamos, menos frescas! Sabem o que querem e não têm muito tempo pro descartável.’
‘E se conhecermos uma moça? Conversamos a noite toda, bebemos, damos risadas e, no final das contas, decidimos ir para a casa de um dos dois ‘continuar’ a festinha. Cabeça alta, álcool nas veias, sexo, loucuras e depois? Caro poeta, acabou ali. E com todo o respeito do mundo. Foi apenas uma trepada. Boa ou não. Mas acabou. Não vai se tornar um romance, um namoro, casamento, nem uma simples amizade. Essa divindade de se encontrar alguém que dê uma vontade monstruosa de ligar no dia seguinte, infelizmente, acontece raras vezes na vida de um pobre mortal. Agora uma trepada pode acontecer centenas de vezes, mas acaba por si só, como começou. E aí tenho que acordar e ligar para dizer o que? ‘Oi sou eu, foi bom, mas não terá nenhum desfecho. Simplesmente acabou.’”
Por que precisamos ligar no dia seguinte?
‘Quando falo em fidelidade orgânica, digo em não ter vontade de outro corpo. Ser fiel por desejo. Principalmente por falta de tesão ao próximo. Essa fidelidade orgânica, geralmente, dura o tempo da paixão, dos corpos ardentes, da fase do tudo lindo, maravilhoso, que vai crescendo, crescendo, absorvendo. Então, como um disco riscado, a paixão acaba. O que sobra? Cumprir o pacto feito sob lençóis molhados de suor e carregar o fardo da privação. E agora? Temos a tal fidelidade social estabelecida. Ó cruzes. Haja masturbação. Penso em infidelidade muito acerca da incapacidade que temos de dividir o pão nosso a cada dia. Tarefa difícil essa do desapego. Muitas fantasias são construídas através do pensamento do nosso par se envolvendo com o escondido, com o temeroso. Melhor não dar sopa para o azar. Vamos ser nossos mesmos, a sua panela se fecha com minha tampa e ponto final. Ensinaram assim.’
A fidelidade social é passaporte para o sofrimento
‘Afinal de contas, pergunto eu, o que querem as feministas? O que me aflige logo de cara é a possibilidade da tentativa de sublimação dos impulsos do ser humano. Os mecanismos de cerceamento da liberdade social estão chegando aos níveis máximos de exigência. Nada mais pode! Mas tudo existe dentro de todos nós. O que fazer com tudo isso? Sublimar. E torcer para não explodir! Estamos nos espelhando em comportamentos norte-americanos. Nos EUA, nada pode. Tudo gera processo, e a consequência disso é uma sociedade tolhida, castrada. Melhor se calar! Andar olhando pra frente, transformem-nos em robôs. Não venho desvalorizar quaisquer movimentos de grupos. Sejam maioritários ou minoritários. Venho questionar o alvo dos movimentos. Me parece que os movimentos apenas pensam em retaliar o conteúdo da ação e não a qualidade do proferidor.’
Afinal, o que querem as feministas?
‘Quem disse que mulher sem pelos é mais interessante? E se disseram, você acreditou? Aí vem a mais qualificada no assunto e lança a linda frase: ah, mas é higiênico! Quer dizer você que as belas damas de até uma década atrás eram sujas? Ops, se equivocou também… Então o que sobra? Sobra a obrigação de agradar uma sociedade sem personalidade, onde o estabelecido é a padronização, o emborrachado, o artificial. Mulheres maravilhosas do meu Brasil, não sejam Barbies ou Suzies da plasticidade, nem idolatrem Hitler entre vossas pernas. Sejam femininas, mulheres e de verdade. Nada mais belo que o lindo e antigo triângulo. E palmas para Nanda Costa.’
Quem foi o carrasco dos pelos femininos?
Gostou? Esses são apenas cinco colunas publicadas por ele nesses três anos de PPQO, a título de exemplo do que Rodrigo Veronese é capaz de provocar: seus instintos mais atávicos. Se quiser ler mais, entra no site, em Colunas, e procura pelo nome dele. Quem sabe ele não neste ano?
Homem, idade não revelada, nascido de um homem e uma mulher altamente erotizados. hoje pensa e vive para isso, além de trocar ideias sobre o tema. ou será que ele escreve sobre outra pessoa, é tudo ficção ou só exagero? ou não? quem sabe que se cale.
JOÃO LUIZ VIEIRA - Segunda-Feira
ROSOSTOLATO - Segunda-Feira
ALANA LIAL - Terça-Feira
LUIZ FERNANDO UCHOA - Quarta-Feira
MARCHESA DE SADI - Quinta-Feira
HEITOR WERNECK - Quinta-Feira
MARCIA ROCHA - Sexta-Feira
DIÁLOGOS COM MAMÃE - Sábado
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