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JOÃO LUIZ VIEIRA –
GH chegou até mim com uma pergunta que me arrebatou: ‘você gostaria de uma colunista que falasse do amor ou da entrega de uma mulher por outra?’. Sim, eu disse. ‘Precisa ser famosa?’. Não, retruquei, é de você que eu preciso. Ela veio, e me derrubou a cada texto, não por acaso numa coluna batizada por ela de Queda Livre. Quantas vezes eu testemunhei os voos cegos de GH, quando ela se jogava nos abismos me avisando se não sabia se voltaria. Eu, macaco velho de precipícios, mantive-me sempre no seu aguardo. Adoro mergulhos nesses poços porque nem sempre há mola. Mais que isso. Pode existir pista de decolagem de voos para um novo você. Não somos hoje o que fomos ontem. Assim, tentei escolher cinco dos 49 textos que GH publicou no PPQO nesses três anos:
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‘Penso muito no bem-estar dos meus possíveis filhos – plural, sim, porque quero dois: um menino e uma menina. Sabe essa preocupação que toda mãe e pai tem quando um filho sai do armário? De que sofra, de que os outros não o compreendam e caçoem dele? Tenho o mesmo quando penso nos meus filhos que terão duas mães e nenhum pai. Como serão tratados na formatura da escola quando, ao invés de mãe e pai, estiverem duas (lindas, por favor) mulheres acompanhando-os nas fotos? Como os professores vão reagir? A escola vai aceitá-los como alunos? E os colegas? Vão entender?’
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‘O sexo com um homem é todo destinado à gozada dele. Já o sexo com uma mulher é destinado à gozada da companheira. E essa é a graça: enquanto você não tiver o seu acesso de tremedeira de prazer, ela não vai sentir que a missão está cumprida. E aquele papo de namorado amigo? Desculpe-me, mas isso não existe. Ele nunca vai entender que você está menstruada e não vai rolar sexo nesta semana. Ele vai lhe enfiar no banho e comer lá mesmo. Porque, afinal de contas, é a vontade dele que importa.’
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Transo com mulheres porque conheço quem os homens são
‘Depois de sair do armário para mim mesma, tive que sair do armário para meus amigos de longa data e também para os novos que foram se aproximando. Em seguida houve a família – assim como os amigos -, primeiro os mais próximos e, em seguida como que em cascata, os mais distantes. Feito isso, há o impasse no trabalho, na troca de emprego, nos almoços com novos chefes. Tem o momento que estou lendo uma revista de mulher pelada no trânsito (porque eu leio sim), tem o momento que estou conversando alto no bar sobre minha ex e aqueles que estão sentados próximos ouvem. Não há uma saída do armário. Deve-se sair do armário todos os dias – o tempo todo. Deve-se ter certeza de quem se é o tempo todo.’
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‘Ainda bem que o discurso moral deixou de sair apenas de bocas dos ‘entendidos’ e invadiu também os formadores de opinião dos guetos, de outros estilos, da cultura de massa. Este é o sinal de que caminhamos para o momento em que todos os brasileiros entendam que o buraco é, sim, mais embaixo. E Valesca sabe disso. Sabe que precisa desempenhar este papel, mesmo que seu galho seja o de dançar e cantar rimas de pancadão. Hoje derrubei os muros de preconceito que mantinha para separar Valesca da minha realidade. E já o deveria ter feito antes. Demorei porque fui tão ignorante quanto quem questiona um professor sobre sua prova. Por mais popozudas como a Valesca Popozuda. O Brasil precisa de mais Valescas. Eu preciso de mais Valescas que derrubem meu preconceito com beijinhos no ombro. Deixo então o reclame: Valesca merece ser lida e entendida porque cai na prova. Beijo no ombro.’
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Por mais popozudas como a Valesca
‘Foi depois de ir até o mercado e comprar ingredientes para o melhor hambúrguer das melhores hamburguerias que já comi: o que fiz em minha casa. Ao som de Tom. Fumando um cigarro. Fumando maconha. Bebendo vinho. Confortável. Rindo, falando de e fazendo sexo. Nua. Sem pudor, em minha própria casa. Em meu apartamento alugado e divido com as melhores companheiras que poderia ter escolhido ter. Realizadas estão as missões que predeterminei pra mim. Faço o que dá na telha e o que dá na telha faço. Mais eu sempre quero, sempre quis mais. Nunca irei para de querer. E quero. E espero mais pra mim. Pra continuar com o tesão a renovação constante é sempre necessária, se não enjoo.’
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Não é de hoje que descobri: tenho tesão por mim mesma
Gostou? Esses são apenas cinco colunas publicadas por ela nesses três anos de PPQO, a título de exemplo do que GH é capaz de provocar: seus instintos mais atávicos. Se quiser ler mais, entra no site, em Colunas, e procura por Queda Livre. Quem sabe ela volta em 2016?
Homem, idade não revelada, nascido de um homem e uma mulher altamente erotizados. hoje pensa e vive para isso, além de trocar ideias sobre o tema. ou será que ele escreve sobre outra pessoa, é tudo ficção ou só exagero? ou não? quem sabe que se cale.
JOÃO LUIZ VIEIRA - Segunda-Feira
ROSOSTOLATO - Segunda-Feira
ALANA LIAL - Terça-Feira
LUIZ FERNANDO UCHOA - Quarta-Feira
MARCHESA DE SADI - Quinta-Feira
HEITOR WERNECK - Quinta-Feira
MARCIA ROCHA - Sexta-Feira
DIÁLOGOS COM MAMÃE - Sábado
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