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JOÃO LUIZ VIEIRA –
Começamos a retrospectiva de três anos de PPQO com Valentina, a campeã de audiência ainda hoje com um texto onde questiona o direito da atriz septuagenária Betty Faria fazer o que bem quiser com seu corpo, inclusive de exibi-lo, coberto por biquíni, na praia. Aqui, trechos dos textos mais pertinentes e comentados dessa provocadora nata, amiga íntima que eu ainda não posso ousar dizer o nome real, principalmente porque ela adora se manter no fio da navalha, na vida em todas as 58 colunas publicadas. Te amo.
‘E, afinal, aos 72 anos, uma mulher não pode ser também sexy e linda? Por que só corpos extremamente trabalhados em academias de ginástica e/ou transformados pela cosmética e pelas plásticas têm o direito de se mostrarem? Por que a história de uma mulher esculpida em seu corpo (seja ele ‘belo’ ou não, segundo os padrões de beleza ocidentais) tem de ser escondida sob um maiô? Eu, que sempre vi minha própria mãe ter vergonha da marca das três cesárias que teve de fazer para trazer ao mundo seus filhos, concordo plenamente. Cada vez que minha mãe reclamava da cicatriz, eu pensava: ‘Mas é tão linda! É a marca da história dela, mulher forte, que gerou seus filhos, que continua linda como mãe, que tem uma barriga sexy e, sim, marcada por sua história’. Mas minha mãe nunca me deu ouvidos. E até hoje reclama da cicatriz. No entanto, assim como Betty, vai, aos 70 e tantos, de biquíni à praia. E não está nem aí para os recalcados e recaldadas de plantão que, em vez de se divertirem, vão à praia para julgar e dar nota para as celulites, estrias e gordurinhas e rugas alheias.’
Betty Faria e o direito de morre velhinha de biquíni
‘É cada vez mais comum a lógica de que a moça pode liberar tudo no primeiro encontro, mas dar o cu não. E, claro, nada de engolir também, lembram? Mas o assunto hoje é outro. ‘Ah, alguma coisa tem que ficar pra depois. Hoje em dia a gente faz tudo. Mas dar o cu exige mais tempo’, respondeu uma amiga quando eu perguntei sobre suas ‘regras para a sodomia em casais héteros’. Entendo e concordo que o sexo anal, e outras travessuras, pedem mesmo mais intimidade e confiança do casal. E que, ao contrário do que pensa o senhor Feliciano, o reto só à dona (e ao dono) pertence. Cabe a cada um decidir se quer brincar, abrir a porta, regular a entrada e saída, deixar só para ocasiões especiais… Tudo é questão de gosto e vontade. Mas mercantilizar tanto a entrada da frente quanto a dos fundos me parece de uma lógica tão machista quanto a de manter intacto o ‘selo de qualidade’ chamado hímen. E você? Libera a porta dos fundos ou a mantém trancada a sete chaves?’
‘A meu ver, o prazer da gula e da luxúria estão tão intimamente ligados que são os únicos de fato divertidos na lista dos sete pecados capitais. Quem precisa de ira, ganância, cobiça, inveja, vaidade? Mas sem um tantinho de luxúria e gula ninguém vive. Eu já escrevi que a gastronomia é a nova pornografia. Que com tantas imagens de pratos e banquetes saltando aos olhos nas redes sociais, nos jornais e na TV aprendemos a tratar a comida com a luxúria que tratávamos os pecados libidinosos. Hoje, um bolo de chocolate derretendo um sorvete é tão sexy quanto uma moça se derretendo com o toque preciso de um moço. Estaríamos nós abrindo mão do contato humano genuíno, que, admitamos, exige uma dose de relacionamento humano e de abertura emocional, para substituí-lo pelo prazer seguro e imediato da saciedade da gula? A troca de fluidos deu lugar aos caldos e molhos da cozinha gourmet? Há quem diga que sim. Inclusive estudos sérios e acadêmicos que investigam nossa sexualidade já fizeram esta análise.’
Entre comida e sexo, o que você escolheria?
‘O medo é instintivo. E não é preciso dizer palavra para intimidar uma mulher. Basta um olhar desrespeitoso, sórdido ou ameaçador para despertar no bicho fêmea a vontade de correr para bem longe. Assim como é possível dizer um alto e sonoro ‘Gostosa!’ com um sorriso no rosto, olhos de quem se encanta com a beleza feminina e um tom de brincadeira de moleque sapeca. Ok, amigo homem, você pode até dizer que então o ‘Gostosa!’ não é ofensivo, e não tem nada de ruim em sair por aí proclamando as belas formas das moças. Discordo. Por quê? Novamente, por que você pode fazer melhor. Mais vale um ‘Liiiiiinda!’, assim mesmo, com um iiiii que não acaba mais, do tamanho do seu desejo pela moça, que um ‘Gostosa!’ óbvio e intrometido.’
Não adianta querer um príncipe se você não é uma princesa
Gostou? Esses são apenas cinco colunas publicadas por ela nesses três anos de PPQO, a título de exemplo do que Valentina é capaz de provocar: seus instintos mais atávicos. Se quiser ler mais, entra no site, em Colunas, e procura Só Não Engulo Desaforo. Tem Valentina para dar, ops, e vender.
Homem, idade não revelada, nascido de um homem e uma mulher altamente erotizados. hoje pensa e vive para isso, além de trocar ideias sobre o tema. ou será que ele escreve sobre outra pessoa, é tudo ficção ou só exagero? ou não? quem sabe que se cale.
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